Evento reuniu familiares de formandos e profissionais da Apae e foi movido por emoção
Uma noite de muita emoção e que ficará para sempre na memória de muitas famílias e profissionais da APAE de Cotia. Mas que principalmente fará a diferença na vida de 14 jovens com deficiência intelectual que receberam seus diplomas e estão prontos para entrarem no mercado de trabalho, não apenas porque por lei eles tem direito às cotas obrigatórias nas empresas, mas porque são capazes.
Na noite do dia 12 de dezembro, 14 jovens que ao longo de todo ano de 2019 participaram do Programa de Educação Profissional (PROF) da APAE de Cotia, receberam seus diplomas em evento movido por lágrimas e muito orgulho. A cerimônia de formatura, que reuniu familiares e profissionais da APAE ocorreu no Salão da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no Jardim Cláudio, quase ao lado da APAE.
“Historicamente sempre foi colocado que a pessoa com alguma dificuldade física ou intelectual não teria chances dentro da sociedade. Hoje nós estamos provando para sociedade que a pessoa com deficiência física ou intelectual tem sim condições de estar inserida na sociedade”, discursou Paulo Generoso, presidente da instituição.
O esforço dos jovens e seus familiares bem como o empenho da equipe da APAE foram destacados por todos que usaram a palavra. Rodrigo Leme, coordenador do PROF lembrou da dificuldade financeiras para tocar o projeto, da falta de apoio dos poderes públicos, da dificuldade individual de cada um dos formandos para se deslocarem usando transporte coletivo ou Transporte Escolar, da falta de recursos financeiros das famílias para os manter no curso. Mas também exaltou o esforço de cada um. “Podem tirar tudo de vocês, mas o conhecimento ninguém vai tirar e como já disseram outros pensadores, o conhecimento nada mais é que uma arma. Quando a gente entende que a gente tem nossos direitos e nossos deveres, ninguém rouba nossos sonhos. O sonho nada mais que um objetivo com planejamento e vocês traçaram isso. ”, disse Rodrigo.
O programa de Educação Profissional, patrocinado pela Blau Farmacêutica e pela Cirúrgica Fernandes por meio da renúncia fiscal, já formou mais de 50 pessoas com deficiência intelectual nos últimos oito anos. É um trabalho longo e de muita perseverança, tanto da parte dos profissionais envolvidos como dos alunos. Entre seus objetivos, o mais importante segundo Paulo Generoso é acabar com o assistencialismo e oferecer dignidade.
Para cada diploma recebido uma emoção diferente, uma sensação de dever cumprido, de satisfação e orgulho. Nos olhares de cada formando, se via esperança. Eles agora se sentem seguros para encarar o mercado de trabalho. “Essas pessoas podem fazer aquilo que elas quiserem”, disse Paulo Generoso referindo-se às pessoas com deficiência. “O termo pessoa com deficiência existe porque ainda existem barreiras na sociedade para que essas pessoas possam alcançar o que almejam, mas quando não houver mais essas barreiras, a expressão pessoa com deficiência deixará de existir”, concluiu.
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